O Dia Mundial do Autismo, como é também chamada a data, visa conscientizar a sociedade sobre a inclusão e defesa dos direitos – educação, saúde, lazer e respeito – de todas as pessoas com transtorno do espectro autista, informou a deputada. “Os autistas podem viver sem o olhar constante do preconceito. A maioria dos afetados são crianças”, acentuou.
Conforme explicou a parlamentar, não há pesquisas aprofundadas sobre as condições em que vivem as pessoas com o transtorno do espectro autista. “Eu tenho lutado pela defesa deles, e nossos esforços visam sensibilizar os governantes e universidades para a realização do mapeamento sobre esse transtorno. Muitos cearenses ainda enfrentam discriminação no trabalho e nas escolas”, disse.
Fernanda Pessoa pontuou que o Ceará ainda não está preparado para promover as potencialidades das pessoas com transtorno do espectro autista. “Os maiores problemas estão dentro das instituições de ensino. Professores e diretores das escolas, principalmente as particulares, ainda têm um olhar de diferença”, acrescentou.
De acordo com a parlamentar, está previsto em lei que toda criança com transtorno de déficit de atenção (TDA) tem prioridade para ocupar a primeira fila de escolas públicas e privadas. “Porém, há muitos casos de desatenção à legislação. A inclusão das pessoas está prevista em lei, mas continua sendo desafio, porque as escolas não estão preparadas e os professores não estão capacitados”, pontuou.
Na avaliação de Fernanda Pessoa, quando a escola é inclusiva, contribui para toda a sociedade. “Também está previsto em lei que a pessoa com transtorno do espectro autista tem os mesmos direitos dos demais com deficiências”. A deputada esclareceu que a exclusão é uma violação dos direitos e um desperdício de potencial humano. “Muitas famílias relatam que têm enfrentado resistência de escolas particulares. Falta sensibilidade, há recusa de matrícula, sob argumento de falta de profissionais capacitados”, observou.
Fernanda Pessoa disse ainda que luta para implementar a distribuição dos medicamentos gratuitos pelo Estado. Ela adiantou que apresentou projeto sugerindo a criação do Fundo Estadual de Tratamento do Autismo, para a distribuição de medicamentos gratuitos. “Muitas famílias não podem pagar pelos tratamentos. Pais choram em audiência pública, por não terem a medicação para os filhos. Muita coisa precisa mudar para a barreira do preconceito ser quebrada.”
A deputada lembrou ainda que a Semana do Autismo está sendo realizada por muitas prefeituras, entre elas, a de Maracanaú, que promoveu audiência pública sobre o assunto, e, durante toda a semana, haverá seminários e palestras públicas. “Em Fortaleza, a Associação Fortaleza Azul realizará a Segunda Jornada Sobre Autismo, nos dias 7 e 8 de abril, no Shopping Riomar Kennedy”, informou.
